terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Conto de Fadas


tenho contado os dias pra poder te ver de novo,
tenho ensaiado aquele discurso escrachado,
aquela declaração que na hora H não irá sair...

tenho feito planos,
tenho feito tanta coisa...
acho que na verdade eu só tenha contado os dias.

conto novamente e novamente e novamente...
conto com você...conte comigo, sempre
conto os dias pra ficar definitivamente ao seu lado
um conto de fadas.



[imagem por Bruno Fleming]

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pareço ser do contra?


hoje acordei e resolvi escancarar a janela do ceticismo,
dar um bom dia hipócrita pro vizinho logo ali,
usar chinelo de cabeça-pra-baixo
e de gelar o café.

não que eu fosse ou seja do contra...pelo contrario,
gosto do diferente e daquilo que não possa sentir,
gosto pra saber o gosto,
e o bom é poder saber que é bom

fico imaginando como é que esse dia vai terminar...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Meio Perdido


pra tirar o pó desse tempo seco e ausente de qualquer chuva, aqueles em que o dia fica todo acinzentado, vai aí um textooo pra reavivar os ânimos.

Meio Perdido

as vezes me sinto meio perdido
no meio de um furacão
os lados estão tão escuros
e caem em instantes de solidão

não sei o que buscar
não sei por quem gritar
acho que é mais um momento
não sei o que sentir
não sei porque sorrir
espero que passe com o tempo

luzes também trazem a escuridao
a lucidez as vezes causa confusão

lutar com o disconhecido
sentir uma dor bem maior
crianças correndo ao lado
sem face e sem coração

não sei o que buscar
não sei por quem gritar
acho que é mais um momento
não sei o que sentir
não sei porque sorrir
espero que passe com o tempo

luzes também trazem a escuridao
a lucidez as vezes causa confusão


[Arte por Bruno Fleming]

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um Vôo Aleatório


Hoje ao amanhecer o dia tudo parecia estar do mesmo jeito de como foi deixado na noite anterior. Frank acordara um pouco mais tarde do que o comum, o sol já se fazia alto e forte quando abriu suas finas pálpebras. Tomou o seu café saciando sua sede e fome de saber, como conseguiria sanar tais necessidades fisiológicas em tais condições? Sua necessidade era a de conhecimento, de saber e sempre buscara as repostas em sua introspecção noturna. Sua cabeça quase nunca parava, principalmente depois de querer ser apresentado a um velho conhecido.
A manhã passou depressa e não tardou para chegar o entardecer, notou algo curioso: Por quê não conseguia ficar bronzeado perante tanto Sol? Mas isso já não era algo com que se preocupava mais, acreditava na sua quase total ausência de melanina.
A noite veio cobrir com um manto amêno o dia quente que fizera, confortando a todos os que sofrera com o calor anterior.
Pela primeira vez Frank não cantarolou nenhuma canção e muito menos assoviou, sentiu o vento soprar para uma cidade que tinha o aroma de sua casa, era como se estivesse em sua cidade natal após andar por léguas e léguas. Assistiu várias fatos lhe remeterem boas lembranças de seus amigos, chorou por vezes...mas não derramou nenhuma lágrima se quer. Questionou-se "Onde estão todos por quem clamo? Não conseguem me ouvir daqui de cima?".
Eis então onde os holofotes debruçaram-se para assistir o monólogo que se iniciaria em instantes. Eis as perguntas que pairaram o ar e por um instante o mundo parou para ouvi-las: "Onde estão todos? Mesmo estando acima do mundo não consigo ver o motivo." Sentiu receio da possível resposta que ouviria mas a voz não saiu...então ousou por à prova seu seticismo e questionou novamente "Deveria acreditar em quem? Em alguma crença determinística e limitada? Acreditar no mundo que lhe prometeram? No mundo novo que nascia por entre as montanhas? Nas canções que ouvira?".
Sim, desta vez sentiu muito medo no que poderia ouvir, engoliu a seco sua coragem mal diferida, antes que recebesse qualquer resposta. Em outro tom, calmo e brando, uma voz respondeu: "Por quê tantas perguntas? Você realmente acredita em seus sentidos? Você tem certeza de que eles nunca o trairam?". Pela primeira vez Frank parou para pensar se tudo o que vira, escutara ou sentira era verdade, por quanto tempo haveria se enganado? Quanto tempo teria perdido?
Naquele instante o universo silenciou-se, o vento parou de soprar, o jantar parou de esfriar e até o beijo perdeu o sabor. Seria verdade?
Frank sentiu-se estranho, seu corpo formigava por completo, seu estomago embrulhara-se e seus olhos por fim serraram.
Daquele instante até o próximo suspiro...Frank sofreu um lapso nervoso do qual não se recuperou mais. Uma estrela solidária repousou seu brilho sobre sua cabeça, mas era tarde demais, Frank havia tomado a decisão: Alienar seus sentidos para nunca mais sentir. Feito isto, nunca mais ou pelo menos não gostaria mais de sentir nada.
Agora em plena conciência cruzou as pernas e observou o movimento que se reordenava abaixo de seus pés, disse adeus ao que parecia seu lar e assoviou uma canção.
Para onde foi? Ainda não sei e nem se teve mais noticias de Frank por essas bandas, naquela noite o vento soprou para todas as direções simultaneamente, só com o clarear de mais um dia é que saberemos para onde os pensamentos de Frank o levarão.


[arte por Bruno Fleming]

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Distância


...estive a discutir com meu eu lírico nestes dias que principiam o outono, aqueles que ao cair da noite o vento torna-se mais intenso e gélido a complexidade de sua presença em meus dias.
Primeiramente gostaria de não me rebaixar, mas sim me por no devido patamar...ao seu lado. Desculpar-me por ter a perna torta, pés chatos e andar desengonçado.
Olhar fixamente nos seus olhos bem de perto, sem que fique embaçado, mas não tão longe para que não pareça ausência.
No final, quando nossos corpos se entre olharem e não subestimarem um ao outro, o que é destinado à projeção de vontades, lá segurarei a sua mão e em sorrisos esvaneceremos...

Salve a nostalgia!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Em terra de Narciso, quem tem reflexo é Rei!!!


Debaixo de um céu cinzento sem qualquer expectativa de ver a cor do sol, Frank sentiu-se estranho, inquieto para
ser mais preciso, pois não conseguia enxergar nada com clareza. Se lá encima as coisas não estavam bem, em baixo
muito menos, era como um daqueles dias que se fica em casa juntamente de uma morbidez, a qual fica sentada
na poltrona olhando fixamente para os nossos olhos e repetindo "você está morrendo de preguiça!".
Frank detestava ver a cena de pessoas se escondendo em casa, das ruas ficando desabitadas e dos pombos esperarem
pelas migalhas em praça publica. A essa hora do dia quase não ventava, podia escutar apenas bocejos internos de
pessoas reclamando do que ainda teriam por fazer o restante do dia.
Pela primeira vez Frank sentiu saudades de seu amigo Narciso, um grande amigo que se fazia presente por quase todos
os instantes de sua vida, em frente vitrines, latarias polidas, vidros e derivados. Estaria barbudo? Estaria com
olheiras? Estaria apresentavel pra quando retornasse? Ele nem sabia mais como propriamente era e sua memória ajudava
muito menos. Foi nesta hora que sentiu seu coração bater mais forte sincopado em 120 bpm, o suor escorria a face
como uma mina d'água, seu peito queria explodir com a sensação de desespero assolando a porta da sanidade.
Confesso a vocês que acreditei por alguns instantes que Frank iria sofrer um colapso, acredito que dessa
ele escapou por pouco. Sua vontade de retirar seus olhos para ver sua face era a unica solução para sua aflição que
encontrava no momento, a esta altura não conseguia mais distinguir o possivel do impossivel, o certo do errado e
muito menos Dionísio de Apolo.
Quando se deu por conta, já estava com a mão mergulhada na retina sentindo uma dor incalculavel. Respirou fundo...
lembrou-se que queria apenas estar preparado pra voltar para a terra dos sabios e belos, reencontrar seu amigo que tanto
deixou saudade. Entao apalpou seu rosto e sacrificou-se juntamente com seu olho esquerdo seu grande vicio, que tanto lhe fazia
feliz e que hoje, justamente hoje não esteve presente...saudoso Narciso.

domingo, 27 de junho de 2010

A Plenitude do Inverno


Boa noite senhoras e senhores, a literatura de hoje, isso se é que pode ser chamado de literatura, poderá parecer um tanto quanto mórbida mas é um grito de alegria e libertação. Um voô sem asas para a infinitude da aurora onde tudo começa e termina.

Plenitude

Hoje ao som de fumaça...
Escutei meu coração palpitar sem exitar.
Vi todo azul do mundo, encher e transbordar...
Umidecer a Terra, terra como Relva.

Agora ceder todo calor generoso que habito
para o frio que afaga gentilmente meus ombros.

Para todo bom fim, uma brisa suave à contra luz.



[Arte por Bruno Fleming]

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Se Achegue...


Boa noite a todos!
É com imenso prazer que após seis meses de ausencia volto a postar neste blog. Motivo? Um dia azul de inverno? Friaca? Nãããooo, saudade e coisas a serem ditas.
Vamos então começar por etapas:
Primeiramente, em Janeiro o Relva deu inicio a gravação da primeira demo. Devido a problemas de distancia entre Diego e Paulo, só serão retomadas em Julho. Porém está disponivel no myspace duas prévias das musicas. www.myspace.com/bandarelva

Alguma nova produção??? Acredito que não, apenas desenferrujando a as juntas.

Gostaria de dizer a todos bem vindos e "SE ACHEGUEM!!!", façam a felicidade circundar vocês, juntamente de gargalhadas e olhares cintilantes. Hoje mais do que nunca Beatles cairá perfeitamente "...All you need is love, love is all you need..."

Grato!


"Arte por Bruno Fleming"